Casos de roubos de cargas registraram 1,2 bilhão em prejuízos no Brasil em 2022, segundo dados da última pesquisa divulgada pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). O levantamento constatou uma redução de 9,1% em comparação a 2021.
No total foram 13.089 registros. Desse montante, o estado de São Paulo concentrou 5.920 ocorrências. A região Sudeste manteve-se como a mais afetada do Brasil, concentrando 85,18% dos crimes de roubo e furto de carga, seguida das regiões Sul (6,12%), Nordeste (4,66%), Centro-Oeste (2,81%) e Norte (1,23%). Fazendo o recorte percentual de São Paulo, a parcela do estado representa 45,23%, seguido do Rio de Janeiro, com 31,32% dos casos.
De acordo com informações do presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, desde 2017, quando foi registrado a maior quantidade de roubos nos últimos anos, os números começaram a cair, ano após ano.
“Mesmo assim, sempre deixamos claro à sociedade como um todo que o problema ainda impacta bastante os custos das transportadoras, afinal ainda há milhares de ocorrências acontecendo. Por isso, trabalhamos em conjunto com as autoridades de segurança pública e o governo federal para diminuir esses índices”, destacou.
A segurança nas rodovias de São Paulo enfrenta diversos obstáculos, entre os principais estão a venda fácil de produtos roubados, já que é insuficiente a fiscalização do crime de receptação e o estado é o principal polo econômico e comercial do País. Também faltam investimentos para melhorar a infraestrutura dessas vias e tecnologias de prevenção, como câmeras de monitoramento.
Adriano Depentor, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, confirma que a condição precária das estradas favorece a ação das quadrilhas. Ele conta que muitos criminosos se aproveitam de o fato dos motoristas não atingirem uma velocidade de tráfego que iniba tais ações, por conta das vias acidentadas, o que facilita o delito.
O presidente do SETCESP chama atenção para a necessidade de as empresas tomarem medidas preventivas. “Temos orientado os associados para que adotem ações de gerenciamento de risco e que fiquem em alerta durante as paradas em trajetos realizados em horários de menor movimentação”, avisa.
O coronel Mauro Riciarelli, assessor de segurança do SETCESP, comenta como é tipicamente a abordagem neste tipo de crime. “O modus operandi na maioria das vezes, ocorre quando um veículo se posiciona à frente daquele que ele tem como alvo, e força uma parada. Às vezes os criminosos sustentam o armamento para intimidar o motorista coagindo-o a estacionar”, relata.
Riciarelli acredita também que as principais medidas para enfrentar essa questão e diminuir os dados apresentados – que já estão em queda – são “um maior engajamento da área da segurança pública, melhoria da infraestrutura viária e novas tecnologias que impeçam o funcionamento dos jammers”, aparelho capaz de neutralizar rastreadores que usam GPS e GSM (sigla para Global System for Mobile Communications).
A pesquisa identificou que alimentos, combustíveis, produtos farmacêuticos, autopeças, materiais têxteis e de confecção, cigarros, eletroeletrônicos, bebidas e defensivos agrícolas são as mercadorias mais visadas por quadrilhas e grupos criminosos.
Além disso, os casos têm seus períodos mais críticos entre novembro e dezembro, visto que, durante essa época, o consumo tende a aumentar significativamente devido às celebrações de Natal, às promoções associadas à Black Friday e ao pagamento do 13º salário.
Fique por dentro!
As cargas mais visadas:
1º Produtos alimentícios
2º Combustíveis
3º Produtos farmacêuticos
4º Autopeças
5º Têxteis e confecção
6º Cigarros
7º Eletroeletrônicos
8º Bebidas
9º Defensivos agrícolas
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