A força emocional que garante a capacidade de se permanecer resiliente em situações de pressão pode possibilitar melhores resultados
Simone Biles, um dos nomes mais favoritos da ginástica artística, surpreendeu a todos nas Olimpíadas de Tóquio, após se retirar da final por equipes e da disputa pelo individual geral. Ela destacou que preferiu priorizar sua saúde mental, e disse não se arrepender por ter colocado sua segurança em primeiro lugar.
O mundo enxergou nela uma corajosa e difícil decisão: desistir da competição para dar prioridade à sua saúde mental. Em entrevista, concedida à imprensa a atleta afirmou que, primeiro, era preciso se concentrar no seu bem-estar, pois havia uma vida além da ginástica.
Sua declaração teve grande repercussão em todo o mundo e nos trouxe muitas reflexões, principalmente, quando pensamos sobre a nossa realidade profissional.
Da mesma forma que no esporte, o mundo corporativo pode ser igualmente difícil: trabalhar com metas e resultados, lidar sob condições de volatilidade, estresse, ansiedade e outros tipos de desgastes emocionais. Como nos jogos, no trabalho também é preciso tratar e ficar em alerta quanto a saúde mental.
Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que os transtornos emocionais e comportamentais estão entre os principais motivos de faltas ao trabalho no mundo.Segundo uma pesquisa realizada pela revista Você S/A 87% das demissões, hoje em dia, são causadas por problemas comportamentais e apenas 13% por problemas técnicos, evidenciando assim um baixo nível de força emocional.
Ou seja, a inteligência e o equilíbrio emocional são as bases para moldar qualquer carreira sólida porque impactam na qualidade de vida do profissional.
E o que é inteligência emocional? Será que é conseguir anular as próprias emoções? Com certeza, não! Mas é sim, a capacidade de possuir um maior conhecimento e domínio delas.
Na prática, e de forma resumida, significa saber lidar com questões cotidianas do trabalho, encontrando motivação para fazer o que deve ser feito, controle para não estourar com o colega de trabalho, jeito para lidar com pessoas de diferentes personalidades. Sendo capaz de manter-se emocionalmente constante e focado na resolução de problemas, sabendo reconhecer e gerenciar as emoções diante de imprevistos, conflitos e situações inesperadas.
Assim no calor do momento, quando o jogo parece desigual, o profissional que tem inteligência e força emocional conseguirá fazer escolhas mais conscientes, além de compreender as emoções de outras pessoas, construindo relações e interações mais saudáveis.
Portanto, desenvolver essa habilidade faz toda a diferença para crescer na carreira e atender às atuais demandas do mercado de trabalho, sem perder o prazer pelo serviçoe a satisfação de estar de bem com a vida.
Para isso, da mesma forma que no esporte é necessário treinar, é possível aperfeiçoar as competências interconectadas para desenvolver a habilidade que resultará na força emocional.Por isso, fomos ouvir especialistas da área de psicologia e listamos a seguir características essenciais que, podem ser trabalhadas com essa intenção. Elas conseguem ajudar nesta jornada permitindo que se supere os desafios diários de forma mais equilibrada entre racional e emocional. Veja:
Autoconhecimento: reconhecer o que sentimos é fundamental neste processo. É necessário identificar nossos sentimentos, analisando o contexto em que eles se manifestam, para avaliar quais atitudes tomar diante deles ponderando as consequências.
Consciência social: tente compreender as pessoas que estão à sua volta e como suas ações podem impactá-las.
Gestão de relacionamento: procure se comunicar com eficácia, busque interagir, seja claro em suas demonstrações, mostre suas ideias porém, considere também um ponto vista distinto.
Empatia: desenvolva o olhar sob a perspectiva do outro. Isso diminui a tendência de julgar os outros, melhorando nossos relacionamentos e nossa relação com o mundo.
Não se sabote: às vezes criamos problemas para nos manter na zona de conforto, isso acontece quando usamos aquelas desculpas clássicas como do tipo “nunca fiz isso” (tudo tem sua primeira vez), ou então, “…e se não der certo?”(pense nas chances de dar certo).
Otimismo: tenha pensamentos positivos, principalmente quando se está diante de novos desafios. Olhe o copo meio cheio e não meio vazio.
Não basta treinar uma única vez, é preciso praticar essas dicas todos os dias, visto que é a constância e os bons hábitos que desenvolverão sua força emocional.
Uma última recomendação, é importante saber que desistir em alguns momentos não significa derrota ou fracasso, mas sim uma estratégia inteligente para que a construção da sua carreira possa ser mais promissora e prazerosa.
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