Nem a crise desencadeada pela pandemia interrompeu os planos de que quem já estava decidido a fazer do mundo um lugar melhor. Ao contrário, as dificuldades até serviram de estímulo para que um trabalho ainda maior fosse realizado
Mesmo em um ano desafiador, por causa do surgimento do novo coronavírus, as empresas do transporte rodoviário de cargas continuaram comprometidas em suas políticas de gestão que reduzem os impactos socioambientais e na implantação de programas de otimização do trabalho e controle de segurança.
Por essa razão, àquelas que mais investem em ações sustentáveis receberam o reconhecimento pelas suas ações no 6º Prêmio de Sustentabilidade do SETCESP promovido em parceria com a editora Transporte Moderno.
O evento de premiação aconteceu no dia 24 de novembro, no Hotel Transamérica Nações Unidas, em São Paulo e contou com a presença de diversos empresários do setor, além do presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, Tayguara Helou e do diretor da OTM Editora, Marcelo Fontana.
“O prêmio tem por objetivo mostrar para a sociedade que, o transportador está comprometido com as questões da sustentabilidade que fazem a diferença para toda a sociedade”, disse Helou.
Na sequência Fontana, agradeceu a todos que apoiam o prêmio: “parabéns as empresas participantes que acreditam em um futuro melhor”.
Levando em conta as medidas de isolamento social impostas pelo novo coronavírus, o evento aconteceu em um formato híbrido, ou seja, uma parte presencial – com cerca de 90 pessoas e a outra, virtual.
Para Helou, este ano o prêmio teve uma grande diferença em relação as versões anteriores, com a presença reduzida do público e respeitando todos os protocolos sanitários e o distanciamento social. “No entanto, percebemos um aumento de visualização na transmissão ao vivo nas nossas mídias sociais, o que foi muito válido porque o nosso primeiro objetivo é premiar as empresas e nossa segunda intenção é disseminar essas boas práticas e incentivar empresários e executivos do transporte a implementar iniciativas de sustentabilidade” destacou ele.
No total foram 30 projetos inscritos, de 16 diferentes empresas do TRC, que concorreram nas categorias: Responsabilidade Social, Responsabilidade Ambiental, Gestão Econômica Sustentável e Responsabilidade na Segurança Viária ou do Trabalho.
Os projetos foram avaliados por cinco jurados especialistas que levaram em consideração critérios de planejamento, criatividade, inovação, tecnologia, continuidade, indicadores mensuráveis, investimentos e retorno financeiro, percepção de marca, engajamento e redução de consumo de insumos.
Projetos finalistas
Na categoria Responsabilidade Social concorreram as empresas Patrus Transportes com o projeto “Rota Solidária” e a Cesari Logística com o “Saúde em Foco”.
A disputa pelo prêmio em Responsabilidade Ambiental ficou entre as finalistas Jomed Transportes e Logística, que desenvolveu a ação “Transporte Sustentável” e a Transportes Rodoviários Letsara com o projeto “Elementos que inspiram”.
Em Gestão Econômica Sustentável as empresas finalistas foram Cesari Logística com o projeto “Parking” e a RGLOG Logística com o “Logística Colaborativa Sustentável”.
Já na categoria Segurança Viária ou do Trabalho a Jamef Encomendas Urgentes e a Fadel Transporte e Logística disputaram respectivamente com os projetos “Segurança Embarcada” e “Gestão de Fadiga e Distração Associada à Segurança do Transporte”.
Ao final da premiação cada uma das empresas vencedoras, nas quatro categorias da premiação, tiveram uma grata surpresa. Além de levarem o troféu Prêmio de Sustentabilidade 2020, também receberam da Sambaíba, uma das parceiras do 6º Prêmio de Sustentabilidade, um cheque no valor de R$ 15 mil para ser utilizados em treinamentos.
O 6º Prêmio de Sustentabilidade SETCESP & Transporte Moderno contou com o patrocínio de Ambipar Response, Grupo Vamos, Scania, Consórcio Maggi, De Nigris, Pró Frotas, Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Sambaíba e Volvo.
OS VENCEDORES DE 2020
Embarcando na ‘Rota Solidária’
A Patrus Transportes foi a vencedora na categoria Responsabilidade Social com o projeto “Rota Solidária”. O Projeto desenvolvido pela empresa foi um plano de ação em todas as suas seis unidades, que envolveu a aproximação com líderes locais para que eles identificassem, nestas regiões, qual a melhor forma em que a Patrus Transportes poderia ajudar a comunidade.
“Nós percebemos nesta pandemia que o desemprego poderia ser grande e, por consequência, a fome também. Então fizemos o nosso papel”, contou o Marco Antônio Patrus, diretor financeiro da empresa. “A gente tem a impressão de que é preciso muita coisa para poder fazer a diferença, mas constatamos, que mesmo pequenas ações, têm um papel importante e podem gerar impacto social”, comentou ele.
Foram realizadas pela empresa ao todo 47 ações, entre elas a distribuição de cestas básicas, itens de higiene, roupas e marmitas.
Em seu discurso, durante a cerimônia de premiação, Marcelo Patrus, presidente da empresa, chegou a citar que o Brasil é a nona economia no mundo, porém ocupa o 75º lugar no ranking de filantropia. “Nós precisamos mudar isso. Ser empresário é ser responsável”, afirmou.
‘Transporte Sustentável’ com combustível alternativo
O troféu na categoria Responsabilidade Ambiental foi entregue à Jomed Transportes e Logística que desenvolveu o projeto “Transporte Sustentável” e investiu em veículos que utilizam combustíveis alternativos, como o GNV (Gás Natural Veicular) e o gás Biometano.
A Jomed também criou um sistema de gerenciamento de resíduos, onde há a destinação correta de pneus, lâmpadas, óleos, lonas de freio e outras sucatas ferrosas. Também implantou um processo de captação e reuso da água de chuva. Em 3 meses, houve uma redução de 12 toneladas na emissão de CO2.
“Nos orgulhamos muito deste projeto, fomos pioneiros no Brasil a rodar com estes combustíveis. Esse projeto veio para mostrar à cadeia de logística e transporte, que sim, é possível reduzir os índices de CO2”, afirmou Eduardo Garrido, diretor comercial da Jomed.
Carlos Ferreira, coordenador de sustentabilidade da empresa contou que o projeto surgiu de uma necessidade, mas virou na verdade, uma oportunidade. “Conseguimos fazer algo muito maior do prevíamos no início”, revelou.
PAZ na ‘Segurança Embarcada’
A empresa Jamef Encomendas Urgentes levou o troféu na categoria Responsabilidade na Segurança Viária ou do Trabalho com a apresentação do projeto “Segurança Embarcada” que tem por objetivo treinar, orientar e conscientizar para redução de acidentes nas estradas.
“Tínhamos uma média de 12 acidentes no ano. Isso para nós, não era aceitável. Daí criamos o programa chamado PAZ – Programa de Acidente Zero”, explicou o Juliano Alba, gerente de tráfego e manutenção de frota.
Com o Programa, a empresa fez uso de três tecnologias embarcadas, que são: a telemetria, o sensor de fadiga e o vídeo monitoramento de motorista. Antes de viajar, os profissionais motoristas também passaram a realizar um bate-papo com uma psicóloga. E em caso de alguma anormalidade registrada por alguma das tecnologias durante a viagem, o operador de monitoramento entra em contato via módulo de voz, e faz uma checagem das condições do motorista e veículo. Em dois anos, houve uma redução de 84% do número de acidentes na empresa.
“A emoção de ter ganho esse troféu é imensa, esse foi o trabalho de toda equipe e com certeza trará motivação para investirmos ainda mais em segurança”, comentou Alba.
‘Parking’ é destaque de Gestão Econômica
Foi com o projeto “Parking” que a Cesari Logística conquistou o 6º Prêmio de Sustentabilidade na esfera Gestão Econômica.
“O Parking surgiu com ideia de se eliminar o grande fluxo de veículos próximo à zona portuária de Santos, que acabava desencadeando congestionamentos”, contou Sergio Sukadolnick, executivo de relações institucionais da empresa.
Mais do que estacionar os veículos em um local protegido, no Parking é feito uma triagem documental deles, além de uma vistoria preventiva de segurança. Sua estrutura conta com acomodação para o motorista, para que ele possa aguardar com conforto até o horário agendado para operação.
Ediney Vieira, gerente operacional da Cesari conta que em 2018, quando ainda não havia o Parking, “existia uma grande quantidade de veículos parados o que acabava se tornando um problema nos terminais, e ocasionava um ciclo operacional de até 10h para a descarga do veículo. Em 2020, esse número caiu para 3h”, garante ele.
Assista os vídeos dos projetos finalistas.
Clique aqui e confira a transmissão e entrega dos troféus.
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