Conjuntura Econômica no Transporte
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A inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou a 0,21% em janeiro, depois de ficar em 1,15% em dezembro. Foi o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, em julho de 1994.

Fonte: IBGE

O acumulado dos últimos 12 meses foi de 4,19%, abaixo dos 4,31% observados no período anterior. Em janeiro de 2019, a taxa havia ficado em 0,32%. Esta é a primeira divulgação da inflação calculada com base em uma nova cesta de produtos e serviços, para acompanhar mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. O IPCA de janeiro inclui preços de transporte por aplicativo, por exemplo, além da integração transporte público, pacote de telefonia, internet e TV por assinatura.

De acordo com a movimentação do mercado financeiro, estima-se uma redução da inflação e do crescimento da economia para este ano, e projetando também um dólar mais alto no fim de 2020.

Os transportes também passaram a ter mais peso na inflação em janeiro e registraram alta de 0,32%, puxados pela gasolina e o etanol. Mas segundo dados apurados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), o óleo diesel S-10, registrou alta de 1,37% no mês de janeiro/2020, quando comparado com o mês anterior, sendo comercializado a R$3,847 por litro na cidade de São Paulo. No período de 12 meses – fevereiro/19 contra janeiro/20, a variação acumulada é de 9,88%.

O óleo diesel comum S-500, ainda consumido pela frota brasileira, apresentou uma variação de 13,57% em um ano. Em janeiro ele foi comercializado a R$ 3,692 por litro na capital paulista, contra R$ 3,251 por litro no mesmo período do ano passado. A variação mensal foi de 1,76% no mês de janeiro/20 em relação a dezembro/2019.

Desempenho da atividade

Há uma relação direta entre o Produto Interno Bruto (PIB) total da economia e o PIB do transporte: geralmente, quando o PIB total cresce, o PIB do transporte aumenta; e quando o PIB total se reduz, o PIB do transporte diminui. Isso ocorre por causa da presença do transporte em todas as etapas de produção e de consumo da economia, ou seja, todas as mercadorias, produtos e insumos usufruídos pelas famílias, máquinas e equipamentos usados pelas indústrias e empresas, importados ou produzidos em território nacional, precisam do transporte de cargas para chegar a seus respectivos destinos.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE

Segundo o Boletim Economia em Foco da CNT, entre 2015-2016, o PIB do transporte retraiu 9,7%, ou seja, 3,0 pontos percentuais (p.p.) a mais do que o PIB brasileiro. Nos últimos anos o  PIB do transporte cresceu 1,2% em 2017 e 2,2% em 2018, e agora o dado mais atualizado aponta nova queda. Dada a demora na recuperação da economia, a projeção dos especialistas é de que esse movimento não reflita fortemente no país.

Investimento em infraestrutura

 O gráfico mostra abaixo, justamente, a evolução dos investimentos do Ministério da Infraestrutura nos últimos dez anos. Entre 2009 e 2018, tratam-se dos valores efetivamente investidos pela pasta. Já no ano de 2019, refere-se ao montante autorizado na Lei Orçamentária Anual e para o ano de 2020 é mostrado a importância prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual –  PLOA 2020.

Fonte: Projeto de Lei Orçamentária – 2020

O valor previsto no PLOA de 2020 para investimentos pelo Ministério da Infraestrutura é de R$5,29 bilhões, valor 31,1% menor que o autorizado para 2019 (R$7,68 bilhões). O cenário é de preocupação, uma vez que, os investimentos realizados pela pasta já foram reduzidos em 57,3% entre 2010 e 2018.

 Para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que historicamente é responsável por alocar cerca de 85% dos investimentos do Ministério da Infraestrutura, a previsão do PLOA 2020 é da ordem de R$4,71 bilhões, montante 33,3% menor que o autorizado para 2019 (R$7,10 bilhões).

Esses valores previstos para 2020 são insuficientes para a manutenção e a adequação da infraestrutura de transportes sob responsabilidade do Governo Federal, em especial as rodovias. A análise da série histórica mostra que, caso a previsão para o próximo ano seja executada integralmente, será o menor patamar de investimentos do Ministério da Infraestrutura em 16 anos.

 Essa queda nos investimentos é resultado da forte contração promovida pelo governo sobre as despesas irrestritas com o objetivo de cumprir as regras fiscais vigentes. Isso porque os gastos obrigatórios, como aposentadorias, benefícios sociais e salários, têm avançado rapidamente nos últimos anos.

Mas estima-se que com a Reforma da Previdência, haja uma melhora na dinâmica da despesa pública em médio e longo prazos, pois abrirá espaço no orçamento para o governo retomar os investimentos em várias áreas, entre elas a de infraestrutura.


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