Tempo é dinheiro! Para as empresas de transporte esse mote não é diferente. A demora no descarregamento de entregas resulta em mais tempo de espera do motorista profissional, menos disponibilidade do veículo de entrega, e consequentemente, maiores custos para as transportadoras.
Para mudar uma dinâmica de descarregamento, que estava se tornando cada vez mais onerosa e ineficaz ao TRC, é que foi criado há mais de 10 anos no SETCESP, incentivado pela Diretoria de Abastecimento e Distribuição, o serviço que agora remodelado, passou a ser chamado de Apoio Operacional.
O serviço que voltou a ser disponibilizado aos associados, foi o ponto chave para a mudança do modus operandi de muitos Centros de Distribuição (CDs) da região metropolitana. A interlocução que ele promove entre CDs e os transportadores, permitiu entre outras coisas, a diminuição do tempo médio de descarga, que chegou no ano de 2016 a custosa marca de 4h27, em média.
Nos anos seguintes, esse tempo foi diminuindo, sendo o menor tempo registrado em 2020, que foi de 2h20, a média para o descarregamento. Entretanto, por conta da pandemia, com as restrições de circulação, o serviço in loco foi suspenso, e após cinco anos de queda no tempo da descarga, no ano passado foi verificado um novo aumento chegando às 3h12.
Por essa razão, o SETCESP quer intensificar a resolução de problemas no recebimento de cargas nos principais pontos de distribuição de mercadorias, a fim de que o tempo volte a diminuir. “Aproveitamos esta pausa que se deu por conta da pandemia para fazer uma remodelação deste atendimento e deixá-lo mais abrangente”, comentou Ana Jarrouge, presidente executiva do SETCESP.
Reforçando essa ideia de ampliar o leque de suporte aos transportadores na operação, o presidente do Conselho Superior e de Administração da entidade, Adriano Depentor, anunciou o relançamento do Apoio Operacional no dia 10 de março, durante o evento Conexão SETCESP. “Nós estamos trazendo de volta o serviço que cuida exclusivamente de assuntos relacionados às descargas de mercadorias”, disse.
Detalhando mais sobre como funcionará o Apoio Operacional, após a reestruturação, o diretor de Abastecimento e Distribuição do SETCESP, Marinaldo Barbosa, contou que o serviço fornecerá orientações que as empresas de transporte necessitam, para realizar de um jeito mais eficiente a sua operação.
“Iremos atender os transportadores que estão com problemas no cadastro de novos motoristas, possuem alguma divergência fiscal, ou que se encontram com dificuldades nos agendamentos e atrasos em entregas”, informou ele.
O Apoio Operacional é oferecido em parceria com o IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga). O diretor do Instituto, Fernando Zingler, afirma que o serviço é uma forma de aproximar o contato com os CDs, possibilitando a checagem de informações para compartilhá-las com as empresas de transporte. “O grande intuito é garantir uma plataforma de facilitação e um auxílio ao transportador, porque existe uma complexidade nesse processo de entrega, e pontualmente, pode haver alguma complicação operacional”.
A economista do IPTC, Raquel Serini, lista diferentes motivos que geram dificuldade e podem, por exemplo, resultar na perda do agendamento: “o caminhão pode quebrar, ficar preso em um congestionamento ou até sofrer algum acidente”.
Essas situações podem, inclusive, acarretar o no-show (no inglês: não compareceu), e se aplica ao transporte de carga quando ocorre o não comparecimento da transportadora no carregamento ou entrega da carga que estava agendada. Em alguns casos, isso pode ocasionar em multas, se previstas em contrato.
Serini lembra que durante tais ocorrências, os transportadores também poderão contar com a interlocução do Apoio Operacional junto aos Centros de Distribuição; que o mais importante nesses momentos é ter uma comunicação clara e transparente para justificar o ocorrido.
“Nós intermediamos a comunicação com o CD, explicando o motivo para a perda do agendamento, e tentamos contornar a situação. Às vezes o transportador não quer se indispor com seu cliente porque o veículo da entrega quebrou. Então, facilita quando é possível avisar diretamente o CD de um atraso e resolver a ocorrência. Ganha-se no relacionamento e na rapidez”, informa ela.
Eliandro Rocha, colaborador do IPTC, será o responsável pelos atendimentos do Apoio Operacional. Ele descreve outras situações de divergências, que costumam ocorrer nos pontos recebedores de cargas. “Alguns transportadores nos procuram pela demora na devolução de paletes, outros também pela restrição que existe de circulação de motoristas profissionais dentro do CDs”.
Sobre as duas questões mencionadas por Rocha, a economista comenta que os paletes usados pelas transportadoras, na maioria das vezes, não são retirados no mesmo dia em que é feita a descarga, que existem procedimentos para a retirada deles que mudam de um ponto recebedor para outro.
Quanto à circulação dos motoristas, ela indica que a maioria dos CDs exigem um cadastro. Ocorre que quando o motorista profissional precisa ser substituído pela empresa, se o motorista substituto não tiver já cadastrado, ele corre o risco de ser barrado no Centro de Distribuição.
“Para esses casos também podemos realizar a intermediação com a intenção de fazer a liberação cadastral do motorista, e desenvolver alguma tratativa para liberar a sua entrada no ponto de recebimento”, conta ela.
Entre as redes atendidas pelo Apoio Operacional do SETCESP estão Grupo Big, o Pão de Açúcar, Dia Brasil, Atacadão e Carrefour. Rocha relata que uma a lista de contatos com os demais Centros de Distribuição vem sendo atualizada, e que em breve novos pontos serão adicionados ao atendimento. “Já tivemos alguns encontros e tratativas com outros pontos recebedores, logo acrescentaremos outros estabelecimentos a este portfólio, para o trabalho ser mais fluído”.
O Apoio Operacional ajuda também na elaboração da pesquisa anual do Índice de Eficiência no Recebimento (IER), que avalia os Centros de Distribuição em relação à infraestrutura, processos e tempo médio de descarregamento de carga, visando não somente identificar os locais com melhor desempenho nesses quesitos, mas também, propor mudanças que os tornem mais eficiente.
“Tanto a pesquisa revela como está a infraestrutura quanto o relacionamento. Ao longo dos anos, observamos que o tempo para se fazer as entregas foram diminuindo e a forma para se executar as operações também. Antes havia locais que não tinham nem banheiro ou bebedouros para os motoristas utilizarem, e eles aguardavam ali por horas e horas. Já hoje, alguns CDs contam até com sala de espera. Claro que essa melhora não se deve unicamente ao nosso trabalho, mas temos uma contribuição em nossa atuação para que isso venha melhorando”, conclui a economista.
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Redes atendidas:
- Grupo Big,
- Pão de Açúcar,
- Dia Brasil,
- Atacadão; e
- Carrefour
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