Metaverso: o admirável mundo novo
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Conheça o que esse ambiente virtual tende a oferecer em um futuro bem próximo

Ano passado, quando o Facebook anunciou a mudança de nome do grupo para Meta, demostrando o seu interesse pelo metaverso, a busca pelo conceito desse termo aumentou significativamente.

A palavra em si, ‘metaverso’ surgiu de um romance de ficção científica que juntou as palavras ‘meta’ (que pode ser traduzida do inglês como transcendente) e ‘universo’. No livro (Snow Crash, cujo autor é Neal Stephenson, de 1992) os personagens usam avatares digitais para entrar em um universo online e fugir dos horrores de um mundo imaginário.

Por isso, a ideia é que o metaverso represente a possibilidade de acessar uma espécie de realidade paralela, em que uma pessoa pode mergulhar em um universo, que não é real, mas busca passar uma sensação de realidade, e para tanto, possui complexa estrutura.

Esse ambiente virtual imersivo já vem despontando como o próximo passo da internet, e é construído por meio de diversas tecnologias de realidade aumentada (RA), como óculos 3D, manoplas, sensores e outros dispositivos, que são conectados a computadores ou smartphones.

Especialistas afirmam que dentro de poucos anos, as pessoas estarão nesse mundo novo da internet interagindo como se estivessem dentro dela. Ou seja, a aposta é que teremos avatares virtuais que poderão conversar, trabalhar, ter uma vida social e bens ‘materiais’ em um universo digital.

“Hoje, existem diversos jogos com realidade virtual (RV), e para cada uma das pessoas compreenderem o potencial disso, seria interessante participar de uma dessas experiências. Na RV, você perceberá como esse sistema pode enganar completamente os seus sentidos fazendo com que o participante tenha certeza que está efetivamente vivendo naquele cenário”, conta Guilherme Juliani CEO da Moove+ Logística e Transporte, que é um entusiasta da nova tecnologia.

Atualmente, o metaverso é acessado pelas plataformas virtuais, Axie Infinity, Fortnite, Decentraland, Horizon, Sandbox e Roblox; essas são algumas delas. Embora esteja mais associado ao entretenimento e repensado como uma ferramenta de interação social, seu papel para as organizações pode proporcionar benefícios inimagináveis.

Para o universo corporativo, o metaverso reserva desde reuniões interativas com a imersão colaborativa (real com virtual), até treinamentos especializados que permitam realizar simulações em equipamentos à distância.

“Se considerarmos uma empresa que precisa certificar determinados técnicos, ter à disposição um ambiente virtual é muito vantajoso, o custo fica muito mais baixo e a qualidade do treinamento pode, inclusive ser aprimorada,  um vez que, todo pequeno movimento está sendo monitorado por um sistema com capacidade de analisar milhares de dados simultaneamente”, indica Juliani.

Um levantamento do instituto de pesquisa Kantar Ibope Media mostra que 6% dos brasileiros que usam a internet já transitam por alguma versão do metaverso. Isso corresponde a cerca de 4,9 milhões de pessoas. A consultoria Gartner prevê que, em 2026, um em cada quatro usuários de internet do mundo vai gastar ao menos uma hora por dia, nesses mundos virtuais.

“Os fornecedores já estão criando maneiras de os usuários replicarem suas vidas nos mundos digitais”, disse Marty Resnick, vice-presidente de pesquisa da Gartner, ao comentar o estudo. “Desde a participação em salas de aula virtuais, até a compra de terrenos digitais e a construção de casas virtuais, essas são as atividades que já estão sendo realizadas”, revelou.

Importante destacar que a autenticidade das transações monetárias no metaverso é garantida por meio de tokens, os “NTFs” (tokens não fungíveis), registrados em tecnologia blockchain, com a finalidade de garantir a propriedade digital do que for adquirido virtualmente.

O metaverso já se provou um aliado do e-commerce por apresentar multicanais para a venda. Além disso, a expectativa é que a tecnologia crie ambientes virtuais, onde os consumidores poderão testar e experimentar produtos, escolhendo quais querem comprar.

Metaverso também no transporte rodoviário de cargas. Será?!

Como transporte e e-commerce andam lado a lado, logo mais prevemos mudanças causadas por esse universo no setor também. Mais do que simuladores para direção e treinamentos virtuais, os impactos podem surgir por meio da logística distribuída, aumentando a demanda no last mile.

Juliani compartilha que já até é possível imaginar os motoristas tendo um treinamento e avaliação muito mais eficientes antes de pegar a estrada. “Muito pouco se sabe ainda sobre todas as possibilidades dessa ferramenta, mas acredito que para o nosso setor, o monitoramento com diversas interfaces gráficas e o treinamento dos motoristas são o mais simples de serem alcançados”, acredita ele.

Fora a isso, o controle de entrada e saída de cargas, mercadorias extraviadas ou avarias, conferência e despacho de materiais, devem ser otimizados, se ampliada a rede de tecnologia de sensores.

Outro ponto que impacta o transporte, é quando há o carregamento do veículo.  As empresas poderão ter soluções de RV que permitam o melhor aproveitamento na arrumação da carga, otimizando o espaço, considerando a ordem de entrega. Isso possibilita uma melhor utilização dos recursos humanos e do tempo.

Uma das empresas que já estão apostando nessa tecnologia é a gigante DHL, que tem se utilizado da RV para treinar os seus colaboradores a terem um processo de separação de itens (picking) menos propenso a erros.

Seja no transporte ou em qualquer outro setor, o fato é que a aproximação das grandes companhias com essa tecnologia já revela a expectativa da elevação das projeções sobre o tamanho desse mercado, e demonstra que as empresas que quiserem continuar vendendo deverão seguir a tendência de seus clientes. E a tendência no momento é o metaverso.


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