A FuMTran – Fundação Memória do Transporte reunirá a história de conquista de quem ajudou a construir os alicerces de um dos setores fundamentais para o país: o de transporte
O setor de transportes brasileiro é um dos pilares da sustentabilidade econômica e social do país. A grandeza da atividade é traduzida nos 1,72 milhões de quilômetros de rodovias, cerca de 70 aeroportos (34 internacionais), 37 grandes portos, quase 40 mil quilômetros de hidrovias e aproximadamente 30 mil quilômetros de ferrovias.
Por isso, a Confederação Nacional do Transporte – CNT fundou em 1996 a FuMTran – Fundação Museu do Transporte para contribuir com a manutenção do patrimônio histórico-cultural e brasileiro em todos os modais: rodoviário, ferroviário, aquaviário e aeroviário –, seja de carga ou de passageiros.
Inicialmente, o projeto era de um museu que seria aberto à visitação com instalações na cidade de Campinas. Para tanto, contaria com recursos da Lei Rouanet, abrindo espaço para arrecadação de empresas privadas. Contudo, o recolhimento não atingiu nem próximo do orçamento para construir a estrutura necessária.
Mas isso não impediu que o plano se desenvolvesse de outra forma. “Quase que 80% dos projetos culturais acabam naufragando no Brasil”, revelou o atual presidente da FuMTran Geraldo Vianna. “Talvez não deu certo àquela iniciativa inicial, entretanto, quando chegou a hora certa as ideias saíram do papel”, completou.
O projeto deixou de lado o “M” de museu para dar e espaço ao “M” de memória, carregando consigo o “M” de mobilidade e de mudança. Ao invés de abrir uma infraestrutura física, o acervo da FuMTran, agora Fundação Memória do Transporte será todo digital e poderá ser acessado de qualquer local, porque estará disponível na nuvem.
Dessa forma, o montante arrecadado pela Lei Rouanet serviu para organizar a estrutura do escritório situado hoje no palácio dos Transportes, zona norte da cidade de São Paulo, e também adquirir os programas e softwares necessários para a digitalização dos arquivos.
O novo projeto contará com mais de 20 mil itens digitalizados: livros, mapas, documentos fotografias entre outros registos. Material que já está reunido e contará os acontecimentos e a transformação deste setor a partir do descobrimento do Brasil.
Para Geraldo Vianna, esta iniciativa permitirá compreender melhor a evolução dos meios de transporte em nosso país e, por consequência, como e o quanto eles contribuíram para induzir, direcionar ou limitar o próprio desenvolvimento econômico e social brasileiro.
“O transporte está intrínseco em toda a história desse País. Pedro Alvares Cabral chegou aqui através das caravelas. No século XIX foi a vez das ferrovias, construídas para o escoamento da produção agrícola. Já no século seguinte chegaram os veículos automotores, caminhões, ônibus, e depois os aviões”, relata Geraldo.
Alguns desses documentos digitais serão transformados em 3D e iconografias, a fim de que o público possa explorar cada detalhe e interagir, mesmo que de longe, como se estivesse pessoalmente. “A tecnologia já nos permite isso”, afirma o presidente da fundação.
A previsão é que todo esse acervo fique disponível ainda esse ano no portal Fundação Memória do Transporte. A Fundação solicita ainda, que a empresa ou entidade que possuí algum registro importante relacionado ao transporte e possa compartilhar entre em contato pelo telefone (11) 5555-3656 e-mail presidencia@fumtran.org.br e contribua com o acervo da Fundação Memória do Transporte.
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