A qualificação dos condutores une o conhecimento técnico com a valorização da atividade de transporte
Apesar da ascensão das novas tecnologias serem consideradas as principais promotoras de competitividade no cenário empresarial, existem outras competências que agregam muito valor na prestação dos serviços, como o desenvolvimento e capacitação de pessoas.
No setor de transporte por exemplo, o treinamento de motoristas é uma peça-chave para uma condução mais econômica e uma maior eficiência na prestação dos serviços. A condição de ter a habilitação exigida, por si só, não quer dizer que a pessoa vai corresponder às expectativas.
E as empresas sabem disso, por isso muitas delas vem investindo cada vez mais, na qualificação de seus condutores. “Treinar, capacitar, educar para o trabalho e para a vida é o caminho mais adequado para a humanização do trânsito”, comenta Salete Argenton, gerente da Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte).
Para ela, não importa se o motorista é iniciante ou experiente, existem informações e habilidades que só serão adquiridas em um curso de aperfeiçoamento. “São competências técnicas e comportamentais, ensinadas para que eles desempenhem suas atribuições na condução dos veículos de carga de forma adequada, com segurança, eficiência e, sobretudo, com postura ética”, diz.
A Fabet tem vários programas de especialização para profissionais do volante que são requisitados por transportadoras de todos os tamanhos. Embora nas empresas maiores, seja mais comum, encontrar programas internos.
Juliano Alba, gerente de tráfego e de manutenção e frota da Jamef Transportes, diz que a empresa desenvolve um programa para os condutores focado em segurança e no bem-estar.
“Contamos com cursos de direção defensiva, que reforçam as leis de trânsito e o equilibro entre vida pessoal e o trabalho. Há algum tempo, implementamos também o Programa Acidente Zero (PAZ) que visa a mitigação de qualquer incidente. Aproximadamente 90% do time de motoristas já passou por ele. Permanecemos atuando constantemente com reciclagens, novos cursos e reintegrações”, fala Alba.
Algo bem parecido acontece na Braspress Transportes Urgentes, a gerente de Recursos Humanos, Sarita Almeida, revela que o programa de qualificação de condutores da empresa possui 4 etapas distintas: o treinamento teórico, um com uso do simulador, a operação na prática e a viagem assistida.
Em uma das fases, três instrutores que a empresa possui fazem o acompanhamento prático do motorista dentro do pátio da transportadora e fornecem orientações sobre como fazer o check list de verificação do veículo antes da viagem.
“Já com relação a viagem assistida, os motoristas recém-admitidos ou os promovidos para o cargo de motorista carreteiro, realizam viagens com os motoristas mentores – aqueles mais experientes; que os ensinam as rotas e os pontos de paradas autorizados”, conta Almeida.
Enquanto isso, na RTE Rodonaves, acontece o programa ‘Tração – Escola de Motoristas’ que já formou mais de 200 profissionais. Nele, funcionários de dentro da organização que tem o desejo de atuar como condutores de veículos de cargas, podem se candidatar e passar por uma seleção para participar do projeto.
O programa surgiu como parte de uma demanda interna da empresa que observou a escassez de mão de obra para exercer essa função. Dessa forma teve por intenção manter o seu quadro de motoristas da empresa sempre completo frente às novas demandas do mercado.
“Mais do que saber dirigir, o motorista precisa saber operar os caminhões para um melhor desempenho e competitividade da empresa. Além das exigências legais é preciso ter comprometimento, responsabilidade com as regras da organização e as tarefas designadas, cumprindo prazos, e exigências de acordo com o que é transportado. Todas essas questões são ensinadas no Programa Tração”, explica Oswaldo Maia, diretor de gente e gestão da RTE Rodonaves.
Como podemos observar, a capacitação de motoristas é uma estratégia bastante interessante para quem busca elevar o nível de precisão e eficácia do transporte. A empresa é beneficiada com a redução de custos, melhoria da imagem, otimização da produtividade, diminuição de prejuízos por quebras, acidentes ou perda de mercadorias, dentre outras vantagens. Então por que não fazer?…
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