Com objetivo de manter o distanciamento social, realizar um processo de seleção online mostrou-se uma excelente alternativa
Um processo seletivo a distância traz benefícios como a otimização do tempo de candidatos e recrutadores, além da diminuição de gastos com deslocamento.
Apesar dessas vantagens, só agora, neste momento em que há a real necessidade da diminuição de contato físico, em razão do risco de contágio por coronavírus, é ele que tem se tornado uma escolha recorrente nos Departamentos de Recursos Humanos das empresas para se realizar uma contratação. Tradicionalmente, isso acabava demandando uma série de encontros presenciais.
Já não é novidade que as organizações utilizam a internet para divulgar suas ofertas de cargos e receberem o currículo dos interessados. Com a era digital, os antigos anúncios em jornal estão, cada vez mais, dando lugar aos portais e sites de vagas de emprego.
Só que é na sequência a análise de perfil de currículos que as mudanças mais recentes estão ocorrendo nos RHs que, agora, adaptaram seu modelo de recrutamento para continuar mantendo o preenchimento das oportunidades abertas durante a pandemia, a fim de se evitar um problema de escassez de talentos.
Trata-se de entrevistas, testes, dinâmica e todas as etapas de um processo seletivo feitas de modo virtual.
Segundo pesquisa do jornal Valor Econômico, realizada com consultorias da área de RH, o recrutamento inteiramente feito pela rede – desde o anúncio da vaga, entrevistas e até o envio de documentos dos candidatos – cresceu até 165% nos meses de abril e maio. E essa prática tende muito a aumentar e substituir, em muitos casos, o modelo presencial, já que o tempo para o preenchimento de posições caiu, em média, entre 60% e 80%.
Além disso, as taxas de ausência dos candidatos também caíram, como conta Itala Santos, que é analista de RH do SETCESP e, nesses últimos 3 meses, chegou a realizar pelo menos 50 entrevistas no formato virtual.
Ela comenta que por não terem que sair de casa, quase todos os candidatos chamados para a entrevista comparecerem às conferências em vídeo. “As taxas de ausências foram muito menores, acredito que isso seja por conta de não haver o deslocamento. Consegui falar com quase todos os candidatos que eu agendei, e praticamente todos eles cumpriram os horários marcados”, diz.
FRENTE A FRENTE, MAS DE LONGE
Para manter todo processo seletivo a distância com o uso das ferramentas digitais as organizações tiveram que recorrer ao auxílio das novas tecnologias disponíveis na internet, como as videoconferências e testes de habilidades em plataformas automatizadas.
Fazendo de forma planejada, um recrutamento via web consegue manter a qualidade de um presencial. Mesmo estando em espaços diferentes, é possível que o recrutador observe, por meio do vídeo, o comportamento do candidato diante dos desafios.
Quanto às entrevistas virtuais é importante lembrar também, que devem ser regidas pelas mesmas regras que uma entrevista pessoal. Normalmente, elas possuem um roteiro pré-definido. Isso também deve ser seguido no formato online.
Se houver necessidade de gravação, é fundamental avisar ao candidato sobre essa ação. Também é importante contar com um bom suporte de TI para ajudar a resolver questões técnicas.
A entrevista virtual pode ser feita com o uso de algumas plataformas gratuitas como: Google Meeting, Zoom Meeting, Meetingburner, Fuze Meeting, e até o Skype, entre muitas outras.
Só que tanto para as entrevistas, quanto para as dinâmicas online, existem fatores externos que podem interferir: a campainha pode tocar; a internet pode cair; o cachorro pode latir; se houver criança em casa, ela pode chorar, e tudo isso deixa o candidato ainda mais preocupado e nervoso.
Por isso, fica a sugestão para que o recrutador faça com que o clima fique o mais tranquilo possível, para que todo o processo ocorra bem e o candidato possa dar o seu melhor.
Também pensando em um processo coerente e eficaz é necessário enviar um e-mail, uma mensagem por rede social ou WhatsApp explicando ao candidato como será todo o processo seletivo a distância. Os candidatos devem receber as instruções detalhadamente sobre as atividades propostas e com antecedência.
Inclusive, o departamento de RH deve conferir se o link de acesso a entrevista está visível e se a data e hora foram informados de maneira clara.
Outro recurso interessante é a realização de testes online, para verificar competências dos interessados a vaga, e que podem ser aplicados antes ou depois da entrevista. Para isso, formular questões que privilegiem o raciocínio lógico e a tomada de decisões se configura em uma estratégia assertiva para a escolha do profissional mais indicado a preencher o cargo.
De todas as mudanças, talvez a maior dificuldade foi adequar às dinâmicas ao meio digital, porém ainda assim, é possível fazê-las criando salas de chat em aplicativos ou videoconferências. Com isso, é possível simular situações de trabalho e acompanhar o desempenho de cada um dos interessados.
Grandes empresas já estão adotando esse modelo e colhendo resultados muito positivos, consolidando o processo seletivo a distância como uma forte tendência dentro das organizações, até mesmo após o término da crise do coronavírus.
O fato é que, quanto mais preparada sua empresa estiver para encarar essa realidade, melhor será o desempenho apresentado diminuindo bastante as chances de fazer más contratações.
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